Isto vem a propósito de uma conversa que tive ainda agora com a J. mas é um tema algo recorrente. Refiro-me ao "eu comprei", "eu tenho", "eu posso" e "eu não vou parar de falar sobre as minhas posses porque faz-me sentir um lobo Alpha". Como se já não fosse irritante o suficiente a falta de humildade desta gente (lá está, o povo... eu sei do que falo...), grande parte destes casos vem acompanhado de um grande parêntesis. Algo do género:
"Já viste o meu carro novo, granda máquina, tem 28645 de cilindrada e jantes com rubis incrustados!" vem seguido de um silencioso pensamento:
"(e tenho de o pagar em 7 mil prestações com um juro de 240% e não sei como vá pagar os livros escolares da Mariazinha; tou #$%"#!!).
É mesmo necessário? Mesmooo? Isto passa-se só cá, de certeza. Mais ninguém seria demente o suficiente para se gabar do palacete que comprou e ter a barriga a roncar de fome - mas ao menos deixaram bem claro ao pessoal quem é o maior e mai' nada!
Que tristes, man.
porque dizes «que se passa só cá»? Não foram os portugueses a inventar a venda a crédito e bens de luxo. "Ostentação" e palavras desse tipo estão previstas nos dicionários de muitas línguas.
ResponderEliminarQue é um fenómeno estúpido, lá isso é, mas não é apanágio nosso deixar de comer pra ter os dentes de ouro.
Descobri o blog agora. Muito porreiro.